terça-feira, 24 de novembro de 2015

A IMPORTÂNCIA DA DENSIDADE DE PÓS NA MANIPULAÇÃO DE CÁPSULAS

Para farmacêuticos atuantes no setor de farmácia magistral com manipulação de cápsulas é muito comum se deparar com uma fórmulação pesada corretamente seguindo sua ordem de manipulação, porém, no momento do encapsulamento a quantidade de pó não preenche todas as cápsulas ou a quantidade total de pó não entra nas cápsulas distribuídas no tabuleiro.

Por que isso acontece? Porque uma ou mais substâncias, estão alimentadas no sistema com um valor de densidade aparente incorreto.

Como corrigir esse erro?
É possível através do uso de voluminometro:

Fonte: http://www.splabor.com.br/equipamentos-laboratorio/voluminometro/voluminometro-medidor-densidade-em-pos-e-graos-1-prove.html

ou de um densímetro de simples manuseio e de valor acessível:

Fonte: http://www.powdermix.com.br/#!densmetro/c16cp

Nos sites dos fabricantes é possível entender como manuseá-los.

Uma breve explicação sobre o densímetro da Powdermix: tendo em vista que densidade é igual a massa (g) dividido pelo volume (mL). O orifício do equipamento possui a capacidade de 1mL, logo o que couber de massa de uma determinada substância em seu orifício, é sua densidade aparente. Isso é verificado pelo equipamento vazio, tarado na balança e depois pesado com o orifício preenchido.

Vamos agora entender duas situações em que a densidade da substância está diretamente envolvida:

Situação 1: Quando sobra pó no momento em que é distribuído no tabuleiro.

Essa situação ocorre quando uma das substâncias está alimentada com um valor de densidade acima do valor real. 

Exemplo
A ordem de manipulação vem com os seguintes dados:

Valeriana 200mg d=0,70 
30 cápsulas número 3

Se você fizer os cálculos, uma substância com esta característica deverá ser encapsulada em cápsulas de número 3. A ordem de manipulação está correta, porém, se o valor real da densidade é 0,55 ao invés de 0,70, a substância não caberá nas cápsulas número 3, mas sim em cápsulas número 2. Então irá sobrar medicamento no momento do encapsulamento fazendo com que seja necessário retirar tudo e refazer no tamanho correto de cápsula, que seria a número 2 no caso da substância de d=0,55.

Situação 2: Quando falta excipiente ou a substância pode ser encapsulada em um tamanho menor de cápsula.

Essa situação é o inverso da situação acima e ocorre quando uma das substâncias está cadastrada com um valor de densidade menor do seu valor real.

Exemplo
A ordem de manipulação traz os seguintes dados:

Valeriana 200mg d=0,55
30 cápsulas número 2

As informações da ordem de manipulação estão corretas. Porém, se o valor real da densidade é de 0,70 as cápsulas número 2 ficarão vazias, o que irá requerer maior quantidade de excipiente ou trocar para as cápsulas de número 3, o que é o mais correto.


Como evitar esse erro?
Esse erro é evitado quando se realiza a verificação da densidade dos pós na entrada da matéria-prima. É feito no setor de controle de qualidade antes de disponibilizar a substância para uso. Da mesma forma, algumas substâncias higroscópicas devem ser submetidas periodicamente à verificação da densidade, visto que a absorção da umidade do ar pode alterar esse valor, como é o caso do extrato seco de Valeriana. Por isso a importância de se manter os valores de umidade relativa do ar e a temperatura do laboratório dentro dos padrões exigidos pela legislação.
 
Qual a importância de alimentar corretamente o sistema com as densidades corretas?
Otimização do processo. Quando o sistema é alimentado corretamente é possível aumentar a produtividade de sua equipe, visto que não estará se perdendo tempo para "consertar" a fórmula, reajustando a quantidade de excipiente e desencapsulando e reencapsulando. É possível também rastrear a quantidade de excipiente, otimizando o seu estoque de matérias-primas.

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